O Fado está intimamente ligado aos passos maiores do Cinema do nosso país. Desde o primeiro filme sonoro português (A Severa de Leitão de Barros de 1931) e o início da Época de Ouro (A Canção de Lisboa de Cottinelli Telmo de 1933) até à profusão de documentários nos últimos anos sobretudo desde o desaparecimento de Amália Rodrigues, muitos realizadores utilizaram a riqueza melódica e narrativa do Fado para construírem as suas histórias. Além dos realizadores portugueses, diversos cineastas estrangeiros descobriram essas características intrínsecas da canção portuguesa e desde cedo as utilizaram nos seus guiões (O Fado de Maurice Mauriad de 1923; Os Amantes do Tejo de Henri Verneuil de 1954).
Em 1956 Hollywood revela ao mundo as primeiras filmagens a cores de Lisboa, Sintra e Cascais mas também o exotismo de uma canção misteriosa. No filme Lisbon de Ray Milland, o temaLisboa Antiga na voz de Anita Guerreiro faz a Banda Sonora de toda a película e preenche uma cena fundamental do filme numa Casa de Fados.
Em 2012, o documentário Fado de Aurélio Vasques e Sofia Portugal procura captar a essência do fado, nas palavras dos seus protagonistas. É este percurso de sensações, de 1923 até aos dias de hoje, que passará pelas telas de Lisboa revelando esse namoro antigo e sempre renovado e redescoberto entre o Fado e o Cinema.